terça-feira, 12 de outubro de 2010

Oração do Professor

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Senhor, tu me conheces.

Sabes onde nasci, sabes de onde venho, quem sou. Conheces minha profissão: sou professor.

Desde criança, tinha em mim um imenso desejo de ensinar. Queria partilhar vida, sonhos. Queria brincar de reger. Reger bonecos. Plantas. Reger as águas do mar que desde cedo aprendi a namorar.A todos ensinava, Senhor.

Criava e recriava histórias para senti-las melhor, para reparti-las com quem quisesse ouvir. Eu era um professor. Fui crescendo e percebi o quanto o sonho era real. Queria ensinar mesmo. Estudei. Concluí o curso universitário.

Hoje sou, de fato, um professor. Com diploma, certificado e emprego estável. Hoje não são bonecos que me ouvem, são crianças. Dependem tanto de mim. Do meu jeito. Do meu toque. Do meu olhar.

São crianças ávidas de aprender. E de ensinar. Cada uma tem um nome. Uma história. Cada uma tem um ou mais medos. Traumas. Têm sonhos. Todas elas, crianças queridas, sonham. E eu. Eu, senhor, sou um gerenciador de sonhos. Sou um professor.

Respeito todas as profissões. Cada uma tem seu valor,sua formosura. Mas todas elas nascem da minha. Ninguém é médico, advogado, dentista, doutor, sem antes passar pelo carinho, pela atenção, pelo amor de um professor.

Obrigado, Senhor.Escolhi a profissão certa. Escolhi a linda missão de partilhar.

Tenho meus problemas. Sofro, choro, desiludo-me. Nem sempre dá certo o que programei. Erro muito. Aprendo errando, também.

Mas de uma coisa estou certo: sou inteiro. Inteiro nas lágrimas e no sorriso. Inteiro no ensinar e no aprender.

Sei que meus alunos precisam de mim . E eu preciso deles. E por isso somos tão especiais. E nesta nobre missão de educar, nossa humanidade se enriquece ainda mais.

Sou professor. Com muito orgulho. Com muita humildade. Com muito amor. Sou professor!

Amém!

Gabriel Chalita

sábado, 9 de outubro de 2010

O LAÇO E O ABRAÇO

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Meu Deus!!! Como é engraçado!…
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço…
Uma fita dando voltas? Se enrosca…
Mas não se embola , vira, revira, circula e pronto: está dado o abraço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando
devagarinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E na fita que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz – romperam-se os laços.-
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor é isso…
Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.


Maria Beatriz Marinho dos Anjos